Cirurgias/ Doenças Neurocirúrgicas

O que é a Neurocirurgia funcional?

A neurocirurgia funcional engloba diversas técnicas cirúrgicas para modular (modificar) o funcionamento do sistema nervoso e assim aliviar sintomas como movimentos involuntários, crises convulsivas ou dor. Visa a restauração do funcionamento normal do sistema nervoso mediante intervenção cirúrgica.

Quais doenças trata?

Em geral, estes tratamentos cirúrgicos são indicados quando não é possível um controle satisfatório com medicamentos. Existem muitas indicações, no caso de dor as mais comuns são dor central pós AVC, neuralgia do trigêmeo, neuralgia do glossofaringeo, lombalgia, lombociatalgia, dor complexa regional, dores neuropáticas, dor oncológica.

Quais procedimentos podem ser usados?

São técnicas muito diversas, mas que tem em comum a fato de ser minimamente invasivas. Podemos enumerar:

Cordotomia, que consiste no corte cirúrgico da via nervosa ao nível da medula espinhal. Esta via nervosa leva informação de dor do corpo até o cérebro.

Implante de eletrodos para estimulação cerebral ou medular, que consiste na estimulação das células nervosas que consequentemente evita a transmissão da informação dolorosa.

Lesão estereotáxica de estruturas profundas do sistema nervoso é uma técnica que envolve o planejamento pré-operatório com imagens de tomografia e ressonância magnética para calcular a rota de introdução de um eletrodo até um local especifico do cérebro ou medula. Uma vez no local, a ponta do eletrodo cauteriza a estrutura desejada criando uma lesão irreversível.

Lesão percutanea do nervo trigêmeo, é uma técnica que introduz uma agulha através do ponto de passagem do nervo trigêmeo no crânio (forame oval) para chegar até o gânglio do nervo. Uma vez no local, o nervo é lesionado por isquemia, lesão química, corte ou radiofrequencia.

Rizotomia, que é um procedimento onde são cortadas as raízes posteriores dos nervos que levam as informações de sensibilidade. Este procedimento causa anestesia permanente da região afetada.

Infiltração de anestésicos nos nervos periféricos, plexos nervosos ou raízes nervosas. Este procedimento leva a anestesia temporária e analgesia reversível que pode durar dias a semanas. A aplicação repetida tende a diminuir os sintomas de dor.

Implante catéteres para infusão continua de anestésicos, analgésicos ou relaxantes musculares na medula ou próximo dos plexos nervosos.

A Cirurgia da Coluna proporciona uma melhor qualidade de vida ao paciente, auxiliando no tratamento de dores intensas.

Quais os riscos?

Estas técnicas são muito bem toleradas, pois evitam grandes incisões e assim minimizam o trauma cirúrgico. Comparadas a outros procedimentos neurocirúrgicos, tem riscos mínimos.

O que posso esperar do tratamento?

A intenção do tratamento é controlar a dor. No entanto, muitas vezes não é possível atingir alivio total. O mais prudente é esperar que o tratamento consiga reduzir em 50% a intensidade ou freqüência da dor ou reduzir a necessidade de medicamentos para controlar a dor.

É necessário repetir o procedimento?

Depende de cada caso. Algumas técnicas precisam do tratamento repetido (infiltrações, por exemplo), enquanto que outras são tratamentos definitivos (lesão estereotáxica, por exemplo). Em alguns casos, quando um procedimento não é suficiente, pode ser proposta a complementação com outro procedimento diferente.