Doenças Neurológicas

A insônia é uma queixa frequênte nos consultórios médicos, especialmente nas consultas neurológicas e psiquiátricas. Pode ser apenas um sintoma que aparece no decorrer de outra doença (secundária), ou aparecer como um problema isolado (primária). Pode também ser classificada como aguda ou crônica, geralmente com causas e tratamentos diferentes. Muitas vezes existem várias causas atuando ao mesmo tempo, sendo necessário um tratamento combinado. A tendência atual é de entender a insônia como uma síndrome, com múltiplas consequências para a saúde.

O que é a Insônia?

Quase com certeza, em algum momento da nossa vida, perderemos alguma noite de sono pelos mais variados motivos, sem que isso signifique que tenhamos algum problema com o sono. Por outra parte, a dificuldade persistente para iniciar ou manter o sono, conseguir dormir a quantidade de tempo suficiente ou com a qualidade necessária para acordar descansados, são situações consideradas um problema de saúde.

Quais são as causas de quem sofre com insônia?

Estima-se que 10-15% das pessoas apresentam insônia crônica. Os grupos mais afetados são pessoas idosas, mulheres, e portadores de doenças psiquiátricas ou doenças crônicas.

Além de ser produto de outras doenças devido a sintomas como dor, tosse, imobilidade, etc., a insônia muitas vezes está associada a ansiedade, depressão e principalmente maus hábitos na hora de dormir. Em alguns poucos casos, não existe uma causa para a insônia e acaba sendo considerada idiopática.

Quanto preciso dormir?

A necessidade de sono é muito individual, a resposta mais correta é que precisamos dormir o suficiente para acordar descansados. Mas, podemos dizer que em média um adulto jovem saudável precisa dormir entre 7 a 8 horas por noite. Outra regra geral é que conforme a idade aumenta, nossa necessidade de sono diminui. Outro fato interessante é que tanto o tempo de sono reduzido, como o excesso de tempo de sono, estão relacionados a aumento da mortalidade.

Por que o sono é importante?

Apesar de ainda não termos esclarecido o papel exato do sono na nossa saúde, sabemos as consequências de alterações no ciclo do sono. Em crianças e adolescentes, por exemplo, o ritmo do sono está associado a liberação de hormônio de crescimento.

O sono está relacionado com o descanso e recuperação física e mental. Também está envolvido diretamente na formação de memórias, aprendizado de habilidades, atenção, tomada de decisões, entre outras funções cognitivas.

Quais as consequências da insônia?

As principais repercussões são a fadiga e sonolência diurna, baixo desempenho no trabalho e dificuldade nas relações interpessoais, levando a uma baixa qualidade de vida.

Os transtornos do sono, incluindo a insônia, também parecem estar relacionados com várias outras doenças como hipertensão arterial, diabetes, obesidade. Atualmente, está sendo estudada a relação de transtornos do sono com o AVC (como fator de risco ou consequência) e algumas doenças neurodegenerativas.

Como é diagnosticada a insônia?

As queixas de cada pessoa podem ser diferentes. É importante a avaliação por um profissional de saúde, que orientará e organizará melhor essas queixas. Junto com informações de familiares e, ocasionalmente, alguns exames complementares (laboratoriais, imagem, polissonografia), a causa da insônia pode ser melhor identificada.

Como é feito o tratamento?

Depende da causa da insônia. Nos casos de insônia intermitente ou de inicio recente, o uso criterioso de medicações pode ser suficiente.

Nos casos de insônia secundaria, o mais importante é identificar e tratar a causa. No entanto, muitas vezes a insônia persiste depois da tratada sua causa. Por tanto, a insônia deve ser tratada juntamente desde o início.

O tratamento mais efetivo é a psicoterapia (Terapia Cognitivo-Comportamental específica para o sono), no entanto, existem poucos profissionais treinados nestas técnicas específicas de psicoterapia. Outras intervenções muito efetivas são as medidas de higiene do sono e evitar o uso de estimulantes.

Em alguns casos, é necessário o uso de medicamentos. Mas muita atenção, o uso indiscriminado de medicamentos, especialmente aqueles com potencial de produzir dependência, é por vezes mais prejudicial que a própria insônia.

Quando devo procurar ajuda profissional?

Sempre que houver alguma queixa. Como já explicamos anteriormente, a insônia tem a ver com a quantidade e qualidade do sono, que deve ser suficiente para acordar bem disposto. Quando isso não está acontecendo, é momento de procurar ajuda. Psiquiatras e neurologistas, devido à familiaridade com estas situações, podem resolver grande parte dessas situações. No entanto, em casos mais complexos, será necessária a avaliação por Neurologista especialista em sono. A apnéia do sono também pode ser cuidada por pneumologistas e otorrinolaringologistas com treinamento em distúrbios do sono.