Doenças Neurológicas

A doença de Alzheimer é a doença degenerativa do sistema nervoso central mais comum nos dias atuais. É responsável por 60 a 80% de todos os casos de demência e acomete principalmente individuos com mais de 65 anos de idade. É estimado que 10% das pessoas com mais de 65 anos sejam acometidas pela doença, aumentando para 30% em pacientes com mais de 85 anos.

Acredita-se que a doença decorra de um acúmulo anormal de duas principais proteínas no cérebro. Depósitos de proteína beta-amiloide formam placas que interferem na comunicação entre neurônios, levando a morte neuronal. Emaranhados neurofibrilares contendo a proteína tau acumalam-se dentro dos neurônios levando a disfunção e perda neuronal.

Sintomas

Estudos recentes evidenciam que essas proteínas anormais começam a se acumular no cérebro 10 a 15 anos antes dos pacientes apresentarem sintomas. A alteração cognitiva mais comumente encontrada em pacientes é a perda de memória para fatos recentes.

Os indivíduos acometidos pela doença podem apresentar um ou mais dos SINAIS DE ALERTA abaixo. Caso seja observado algum desses sinais procure um médico para avaliação:

  1. Esquecimentos para fatos recentes (repetir histórias várias vezes, esquecer datas, não lembrar de filmes ou conversas recentes)
  2. Perder objetos (Não encontrar objetos dentro de casa ou no trabalho; colocar objetos em locais não usais como por exemplo uma chave dentro da geladeira ou no banheiro; não encontrar objetos em casa e acusar outras pessoas de ter roubado…)
  3. Dificuldade de planejar ou resolver problemas (dificuldade em realizar tarefas no trabalho ou em casa; esquecer de pagar contas; dificuldade de fazer tarefas como cozinhar…)
  4. Desorientação (não saber data atual; se perder em locais conhecidos)
  5. Alterações visuoespaciais (dificuldade em julgar distância entre objetos, o que pode levar a acidentes de carro)
  6. Alterações de linguagem (dificuldade em encontrar a palavra certa; dificuldade em seguir um conversa ou trocar uma palavra por outra; Usar um termo genérico como “coisa” para se referir a palavras as quais não lembra o nome)
  7. Dificuldade em tomar decisões ou alterações de julgamento (dificuldade em lidar com dinheiro; ser enganado facilmente por outras pessoas (telemarketing); comprar objetos ou bens por valores acima do mercado)
  8. Perda de interesse em atividades usuais (Não assistir eventos esportivos que gosta; evitar sair para encontrar amigos;)
  9. Perda de interesse em auto cuidado (Não se preocupar em tomar banho ou usar roupas limpas ou novas)
  10. Mudanças de humor e personalidade (depressão, ansiedade, irritabilidade, confusão mental)

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado na coleta de informações clínicas do paciente (incluindo alterações cognitivas e comportamentais relatadas pelos familiares); exames de imagem como a Ressonância Magnética de crânio para avaliação de áreas cerebrais específicas (avaliação de padrões de atrofia cerebral, principalmente região dos hipocampos, que são áreas relacionadas a memória); exames laboratorias para excluir outras doenças metabólicas ou sistêmicas que podem simular a doença de Alzheimer; avaliação cognitiva (realização de testes de memória, atenção, função executivas, linguagem, visuoespacial….).

O diagnóstico não depende apenas de um teste específico ou de um exame de imagem, mas sim de uma avaliação de todos os fatores juntos. Em casos específicos, seu médico pode solicitar a pesquisa de biomarcadores para doença de Alzheimer no líquido cefalorraquidiano. Esse teste envolve a realização de uma punção lombar para coleta do líquor, que pode mostrar alterações compatíveis com a doença.

Tratamento

Ainda não há cura para doença. O tramento inclui uso de medicações que podem estabilizar ou até melhorar funções cognitivas e comportamentais. Tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes para que eles fiquem funcionais por mais tempo.

Grandes estudos estão sendo realizados atualmente a procura de novas medicações que possam modificar o curso da doença ou interromper os danos neuronais causados por esse acúmulo de proteínas no cérebro. É esperado que nos próximos anos surjam novas drogas para o tratamento.